sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

FELIZ ANO-NOVO AOS LEITORES


Crastino die Anni Novi festum acturi sumus. Annus labitur, tempus cedit atque auguria bona et opima sint lectoribus omnibus cursi publici electronici nostri.

Paulus.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

2012: ANO BISSEXTO


Isidoro de Sevilha explica em suas Etimologias que o ano bissexto é aquele que a cada quatro anos se acrescenta um dia a mais, pois cada ano dentro do quadriênio recebe um incremento de um quarto de dia, de maneira que no quarto ano se completa um dia. 

"Bissextus est per annos quattuor unus dies adiectus. Crescit enimper singulos annos quarta pars assis. At ubi quarto anno assem conpleverit, bissextum unum facit". (Etim. VI, 17, 25).

O ano bissexto, portanto, é aquele que tem 366 dias completos, em oposição aos outros anos, que têm 365 e 1/4 (um quarto), ocorrendo de quatro em quatro anos. Neste ano o mês de fevereiro possui 29 dias.

Paulo Barbosa

REVEILLON: SUA ORIGEM NO OCIDENTE E SIGNIFICADO




REVEILLON é a festa que celebra a passagem de um ano para o outro, ou melhor, são os festejos comemorativos do ano-novo que vem chegando. Todas as culturas do mundo têm suas celebrações de Ano-Novo, mas a comemoração no Ocidente teve sua origem mediante um decreto do governador romano Júlio César que fixou, em 46 a.C., o dia 1 de janeiro como o dia de Ano-Novo. Aliás, o mês é denominado janeiro devido a ter sido consagrado ao deus Jano, possuidor de duas cabeças para olhar tanto o ano que se finda quanto o que se inicia.

O vocábulo é francês e significa o ato de estar de vigília, acordado, pois é oriundo do verbo reveiller, que significa despertar, acordar, estar em vigília

Paulo Barbosa

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

"ECASTOR E EDEPOL", INTERJEIÇÕES LATINAS USADAS EM JURAMENTO

Castor e Pólux
ECASTOR E EDEPOL são duas interjeições latinas, traduzidas respectivamente: POR CASTOR! e POR PÓLUX! A primeira era usada como fórmula de juramento proferido pelas mulheres nas comédias de Plauto e Terêncio, enquanto a segunda era uma fórmula de juramento comum, também usada nos cômicos Plauto e Terêncio.

Mas quem eram Castor e Pólux? Eram dois irmãos gêmeos, sendo Castor filho de Tíndaro, rei de Esparta, e de Leda, enquanto Pólux era filho de Júpiter, um deus. O primeiro era mortal, mas o segundo, de linhagem divina, possuía o privilégio da imortalidade. Ambos indistintamente eram chamados de Dióscoros, isto é, filhos de Júpiter, ou então de Tindárides, filhos de Tíndaro.

Castor e Pólux distinguiram-se na expedição dos Argonautas, matando Pólux ao terrível Amico, filho de Netuno e rei dos bebrícios, povos da Ásia Menor situados na Bitínia. Amico era de uma força descomunal e obrigava a todos os forasteiros em seu reino a lutar contra ele com a finalidade matá-los depois de os vencer. A vitória de Pólux fê-lo ser considerado o patrono dos atletas e do pugilato. Castor, por sua vez, distinguiu-se na corrida e como domador de cavalos. Os Dióscoros são tidos como excelentes cavaleiros e, além disso, com grande domínio sobre o mar, e segundo estudiosos, talvez seja isso que os tenha ligado à famosa expedição em busca do velo de ouro, a expedição dos Argonautas e a destruição dos piratas que queriam saquear a nave.

Paulo Barbosa

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

CONCORDÂNCIA DO PREDICATIVO COM O SUJEITO

A Concordância ensina que o predicativo pode ser representado por adjetivo ou particípio e substantivo. Sendo representado por adjetivo ou particípio, estes se adequam ao sujeito em caso, número e gênero:

AMICUS EST FIDUS = O AMIGO É FIEL;

GALLIA EST OMNIS DIVISA IN PARTES TRES = TODA GÁLIA ESTÁ DIVIDIDA EM TRÊS PARTES.

Sendo, porém, representado por substantivo, a concordância deste com o sujeito será sempre em caso, e, se possível, em gênero e número. Isso acontece devido a ser alguns substantivos móveis, ou seja, flexionados em gênero e número, e outros imóveis, isto é, terem gênero e número próprios não flexionáveis. Assim:

HAEC UNA VIRTUS OMNIUM EST DOMINA ET REGINA VIRTUTUM = SÓ ESTA VIRTUDE (A JUSTIÇA) É A SENHORA E A RAINHA DE TODAS AS VIRTUDES;

PIETAS FUNDAMENTUM EST OMNIUM VIRTUTUM = A PIEDADE É O FUNDAMENTO DE TODAS AS VIRTUDES.

Na primeira, domina e regina são substantivos móveis, ou seja, flexionam-se em gênero e número. Domina é o feminino de dominus e regina, de rex.

Já na segunda oração, fundamentum é substantivo imóvel quanto ao gênero, ou seja, possui apenas o gênero neutro, e assim é usado como predicativo do sujeito mesmo este sendo um substantivo feminino, como pietas.

Uma observação deve ser feita: Quando o predicativo difere do sujeito em gênero ou em número, a concordância do verbo poder ser feita com o sujeito ou com o predicativo. Assim:

CAPTIVI MILITUM FUERUNT PRAEDA = OS CATIVOS FORAM A PRESA DOS SOLDADOS;

LUDI COMPITALICII FUIT INITIUM TUI CONSULATUS = OS JOGOS COMPITAIS FORAM NO INÍCIO DO TEU CONSULADO.

Na primeira oração, o verbo fuerunt concorda com o sujeito captivi militum, ou seja, está no plural.

Na segunda, o verbo fuit concorda com initium, predicativo do sujeito, e por isso, em latim, está no singular.

Paulo Barbosa

REGÊNCIA DO VERBO "POSCO"

Usando o verbo POSCO = PEDIR, o nome da coisa pedida é colocada sempre no acusativo, e o da pessoa a quem se pede ora no acusativo ora no ablativo com a ou ab:

MARIA POPOSCIT MARIUM LIBROS = MARIA PEDIU OS LIVROS A MÁRIO

MARIA POPOSCIT A MARIO LIBROS = MARIA PEDIU OS LIVROS A MÁRIO

Na construção passiva, porém, a coisa pedida torna-se sujeito da oração e vai para o nominativo e a pessoa a quem se pede irá sempre para o ablativo com a ou ab:

PAX A DUCE POSCEBATUR =  A PAZ ERA SOLICITADA AO CAPITÃO

Cuidado nesta tradução, pois inadvertidamente pode-se pensar que o A DUCE deveria ser traduzido por PELO CAPITÃO, cometendo assim erro: A PAZ ERA SOLICITADA PELO CAPITÃO. Aqui se vê que a preposição latina a, quando usada com posco, pode e deve ser traduzida pela nossa preposição a denotadora do destinatário da ação.

Paulo Barbosa

domingo, 11 de dezembro de 2011

CONJUNCTIVUS HORTATIVUS

CONJUNCTIVUS HORTATIVUS [CONJUNTIVO EXORTATIVO] é o que exprime uma exortação ou persuasão, substituindo o modo imperativo latino nas pessoas que lhe faltam, ou seja, na terceira pessoa do singular e plural e na primeira pessoa do plural. Entretanto, é usado também na segunda pessoa do singular e do plural, exprimindo, neste caso, antes um conselho do que uma ordem. Assim:

OREMUS! = OREMOS!

AUT BIBAT AUT ABEAT! = OU BEBA OU VÁ EMBORA!

CAUTUS SIS, MI PAULE! = SEJAS CAUTELOSO, MEU CARO PAULO!

Paulo Barbosa

OS "VERBA AFFECTUUM" E SUAS DIVERSAS REGÊNCIAS

OS "VERBA AFFECTUUM" (gaudeo, doleo, maereo, indignor, gratulor, etc) podem ser construídos tanto com acusativo quanto com quod, com a seguinte diferença, porém:

1 - Construídos com acusativo indicam simplesmente um fato dado ou ocorrido:

GAUDEO TE VALERE = FOLGO QUE ESTEJAS COM SAÚDE [e é fato que estás com saúde];

MIROR TE NON VENISSE = ADMIRA-ME NÃO TERES VINDO [e é fato a sua não vinda].

2 - Construídos com quod exprimem realmente a razão, o motivo, a causa pelo qual se está alegre, triste, indignado, grato:

GAUDEO QUOD VALES = ESTOU CONTENTE POR ESTARES BEM DE SAÚDE;

MIROR QUOD NON VENISTI = ESTOU ADMIRADO PORQUE NÃO VIESTE.

Paulo Barbosa

DUAS POSSIBILIDADES DE VERSÃO PARA UM MESMO PERÍODO

O período "OS INIMIGOS TOMARAM A CIDADE E INCENDIARAM-NA" pode ser vertido para o latim de duas maneiras, a saber:

1. "HOSTES URBEM CEPERUNT ET INCENDIO DELEVERUNT", com duas orações coordenadas, igual a oração portuguesa;

2. "HOSTES URBEM CAPTAM INCENDIO DELEVERUNT", com particípio passado concordando com o complemento do verbo. O latim prefere, porém, esta construção, com o particípio apositivo ou conjunto.

Paulo Barbosa

FRIEDRICH RITSCHL: O INICIADOR DO ESTUDO SOBRE LATIM ARCAICO

Friedrich Ritschl
FRIEDRICH WILHELM RITSCHL (1806-1876), nascido em Grobvarvula, Turíngia, foi excelente filólogo clássico alemão. Lecionou nas Universidades de Halle, Breslau, Bonn e Leipzig, e é o fundador da Escola de Filologia Clássica de Bonn, a Bonner Shule der klassischen Philologie. Excelente pedagogo e organizador, foi também o iniciador dos estudos sobre o latim arcaico com a sua magnífica recensão do texto de Plauto. Tencionou também resolver todas as questões relativas à métrica, prosódia e história literária do período arcaico latino, mostrando grande interesse pelas inscrições desta época. Foi também por sua iniciativa que a Academia de Viena começou a editar as obras dos Padres latinos da Igreja. 

Dentre as obras de Ritschl, destacam-se:
  • Die Alexandrinischen Bibliotheken unter den ersten Ptolemäern und die Sammlung der Homerischen Gedichte durch Pisistratus nach Anleitung eines plautischen Scholions. Breslau 1838;
  • Priscae Latinitatis monumenta epigraphica. Tabulae Lithographicae, 1862. Há uma nova edição de 1968;
  • Priscae Latinitatis epigraphicae supplementa quinque, 1862–1864. Há uma nova edição de 1970; 
  • Opuscula philologica. 5 volumes, 1867–1879. Esta obra foi exarada em conjunto com Alfred Fleckeisen;
  • Rheinisches Museum für Philologie. Zeitschrift für klassische Philologie, 1842–1869, Frankfurt, Editora J. D. Sauerländer.
Paulo Barbosa

BIBLIOGRAFIA SOBRE SINTAXE LATINA [I]

A BIBLIOGRAFIA enquanto repertório de títulos impressos acerca de uma disciplina qualquer é indispensável para o estudioso, para o homem de ciência, pois é por meio dela que o investigador, ao tratar de uma questão, se informará previamente para se inteirar o que outros, com anterioridade, disseram sobre o mesmo tema. Por isso, hoje iniciaremos uma pequena bibliografia acerca de assuntos pertinentes à língua, literatura e cultura latinas, com a finalidade de fornecer ao estudante deste setor subsídios. Neste Tópico daremos um seleto repertório acerca da sintaxe latina, repertório este reconhecido e usado em todas as universidades do mundo como referência no ensino da sintaxe.

Anton Draeger, Historische Syntax der lateinischen Sprache, em 2 volumes, Leipzig, 1878 (2ª edição). Traindo um tanto o título, é mais uma sintaxe cronológica que propriamente histórica.

W. Kroll, La sintaxis cientifica en la enseñanza del latin (tradução espanhola de Pariente, Madri, 1935). Esta obra é uma recompilação de uma série de conferências dadas pelo autor, e por isso, não é uma sintaxe completa. 

J. Wackernagel, Vorlesunger uber Syntax mit besonderer Berucksichtigung von Grieschisch, Lateinisch und Deutsch, em 2 volumes, Basileia, 1920-1924. Nesta também o autor recolhe seus ensinos universitários usando o método comparativo. Não é obra muito sistemática, mas os fatos estão expostos com um bom método e sobretudo de maneira bem clara.

O. Riemann, Syntaxe latine d'après les principes de la grammaire historique. Esta obra teve sua primeira edição em 1886, tendo sido revisada em 1920 por Lejay, e em 1927 por Ernout. O principal defeito encontrado é o autor defender que a sintaxe latina não passa de um decalque ou imitação da sintaxe grega. No estudo das orações compostas também é demasiadamente formalista. Se ainda em nossos dias esta obra possui certa utilidade é devido ao acúmulo de materiais e, sobretudo, pela sintaxe dos casos, que é excelente. Foi, desde já alguns anos, substituída pela obra de:

A. Ernout y Fr. Thomas, Syntaxe Latine, Paris, Klincksieck, 1951. É obra clara, precisa, compendiosa e histórica, que abarca tanto o latim arcaico quanto as formas vulgares da conversação.

E. Lofstedt, Sintactica, em 2 volumes, Lund, 1928. Em 1942 uma edição ampliada do primeiro volume foi publicada. A obra é mais uma coleção de ensaios do que um verdadeiro tratado sistemático de sintaxe. Entretanto, está escrita com depurado método histórico, o que abona os dotes de bom investigador do autor. Possui uma excelente documentação e interpretação dos fatos sintáticos, e além disso, está exarada de forma clara, amena e interessante. Uma quarta edição veio a lume em 1962.

M. Bassols de Climent, Sintaxis historica de la lengua latina, I. Introduccion, Género, Número, Casos, Barcelona, 1945; II. Las formas personales del verbo, Barcelona, 1948. Esta obra consegue colocar em ordem a imensidão de doutrinas da sintaxe latina, mas oferecendo, às vezes, ideias e hipóteses próprias e referindo-se a fenômenos existentes nas línguas românicas. A estes dois volumes, seguiu uma Sintaxis latina, Madri, 1956, que abarca a totalidade da matéria e faz comparações ainda maiores com as línguas românicas, sobretudo o espanhol.

A. Tovar, Gramática histórica latina, Sintaxis, Madri, 1946. Esta obra é clara e muito agradável em sua leitura. Os materiais sintáticos são estudados com acertada crítica e com muita frequência são expostos nela os pontos de vista próprios e interessantes do autor. Talvez o senão característico seja a demasiada extensão com que se estuda certos temas em relação à parcimônia de outros.

Ch. E. Bennet, Syntax of early Latin, em 2 volumes, Boston, 1910, 1914. Nesta obra só se contempla a sintaxe do nome e do verbo. A sintaxe do adjetivo, pronomes, particípio e partículas não foi publicada por causa da morte do autor. O estudo da estilística é bem desenvolvido também.  Como continuação desta pode-se considerar a obra de:

R. Frobenius, Syntax des Ennius, Nordlingen, 1910.

Paulo Barbosa

DATIVUS AUCTORIS

O DATIVO DE AUTOR é filiado ao dativo de interesse e serve para indicar o autor de uma ação. É empregado com o adjetivo verbal em -dus, -da, dum, ou seja, junto ao gerundivo, também conhecido como particípio de obrigação. Assim:

MIHI COLENDA EST VIRTUS = A VIRTUDE DEVE SER PRATICADA POR MIM, que, ao pé da letra, se traduz: PARA MIM EXISTE A OBRIGAÇÃO DE PRATICAR A VIRTUDE

Conforme dissemos, este dativo de autor é relacionado ao dativo de interesse. Este indica ou designa a pessoa ou a coisa no interesse de quem se pratica a ação expressa pelo verbo:

NON SCHOLAE, SED VITAE DISCIMUS = NÃO APRENDEMOS PARA A ESCOLA, MAS PARA A VIDA, que quer dizer: não aprendemos para o interesse, para o benefício da escola, mas para beneficiar a vida.

Paulo Barbosa


sábado, 10 de dezembro de 2011

VERBOS ASSIMILADOS AO 'SUM'

OS VERBOS ASSIMILADOS AO VERBO 'SUM' são aqueles que depois de si levam um predicativo no mesmo caso do sujeito, tais como, entre outros, os que significam 'sair', 'fazer', 'chamar', 'nomear', 'constituir', 'declarar', etc. Assim:

CONSULES CREANTUR CAESAR ET SERVILIUS = SÃO NOMEADOS CÔNSULES CÉSAR E SERVÍLIO

P. SCIPIO AFRICANUS APPELATUS EST = P. CIPIÃO FOI CHAMADO O AFRICANO

Paulo Barbosa

O PRESENTE E O INFINITIVO HISTÓRICOS

O PRESENTE HISTÓRICO serve para traduzir um fato passado que ainda se desenvolve ou desenrola no momento em que se fala:

HELVETII OPPIDA SUA OMNIA INCENDUNT (Cés., De B. G., 1,5)

OS HELVÉCIOS INCENDEIAM (ou seja, INCENDIARAM) TODAS AS CIDADES


O INFINITIVO HISTÓRICO é usado para traduzir uma ação durativa que ainda está em processo de realização. Dá maior vivacidade à narrativa, o seu sujeito aparece sempre em nominativo e a tradução é pelo imperfeito:

ROMANI FUGERE

OS ROMANOS FUGIAM

Paulo Barbosa

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A FILOLOGIA ROMÂNICA E SEU FUNDADOR: FRIEDRICH DIEZ

FILOLOGIA ROMÂNICA é a ciência histórica que tem como objeto de estudo as transformações do latim vulgar nas línguas românicas, ou seja, no português, no espanhol, no provençal, no francês, no italiano, no catalão, no rético, no sardo e no romeno. Foi no Romantismo que esta ciência tomou grande impulso.
Friedrich Christian Diez

FREDERICO DIEZ (FRIEDRICH CHRISTIAN DIEZ) de Giessen, Alemanha, nascido em 1794 e falecido em 1876, é considerado o fundador da filologia românica ao publicar a sua Gramatik der romanischen Sprachen, Gramática das línguas românicas (1836-1844), onde aplica o método histórico-comparativo. A esta obra fundadora seguiram outras, como Etymologisches Worterbuch der romanischen Sprachen (1853), Altromanische Glossard (1865) e Uber romanische Wortschopfung (1875), obra também importantíssima por tratar sobre a formação das palavras nas línguas românicas.

Dentre as várias contribuições deste ilustre filólogo, deve-se destacar que foi ele quem, por vez primeira, se debruçou a estudar sistematicamente as línguas românicas, analisando e comparando a sua evolução, fonética, sistema flexional, derivacional bem como a sintaxe. Demonstrou também que tais línguas surgiram mediante evolução do latim vulgar e não do literário ou clássico e que o latim clássico e o vulgar não são duas línguas autônomas e independentes que desenvolveram-se por si mesmas, sem relação entre si.

Para finalizar, a pronúncia de DIEZ é DITS.

Paulo Barbosa

CONHECENDO 'ADHUC', ADVÉRBIO DE TEMPO

ADHUC  é advérbio de tempo composto de AD HOC (TEMPUS), que significa ATÉ AGORA, AINDA AGORA, ATÉ AQUI. Refere-se a fatos ou coisas passados, mas que ainda duram no tempo presente ou no tempo daquele que fala. Assim:

ADHUC TRANQUILLA RES EST = AS COISAS ATÉ O MOMENTO PRESENTE ESTÃO CALMAS.

HAC PUGNA ADHUC NIHIL EXSTITIT NOBILIUS = NADA ATÉ AGORA FOI MAIS DIGNO DO QUE ESTE COMBATE

ADHUC SENATUS CONSULTUM NULLUM FACERE POTUIMUS = AINDA NÃO PODEMOS FAZER NENHUM DECRETO DO SENADO

A VOBIS, PATRES CONSCRIPTI, PETO UT BENIGNE ME, UT ADHUC FECISTIS, AUDIATIS = PEÇO-V0S, SENADORES, QUE ME OUÇAIS BENIGNAMENTE, COMO ATÉ AGORA TENDES FEITO

MIHI PLANE NON SATIS CONSTAT ADHUC UTRUM SIT MELIUS = AINDA NÃO CONSTA ABERTAMENTE SE SEJA MELHOR

Paulo Barbosa

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

INSCRIÇÃO EM LATIM NUM RESTAURANTE

HAC IN CAUPONA

SI VIS

PRANDIUM SUMERE POTES.

ESCARUM ORDO:

MORE BRASILIENSI PHASEOLUS

CEPAE CUM LACTUCIS

BRASSICA COMMINUTA

OFELLA CUM ORYZA

CEREVISIA AUT RUBRUM VINUM



SE QUERES

PODES ALMOÇAR NESTE RESTAURANTE.

O CARDÁPIO:

FEIJÃO À MODA BRASILEIRA

CEBOLAS COM ALFACES

COUVE PICADA

BIFE COM ARROZ

CERVEJA OU VINHO TINTO

Paulo Barbosa

O CARDEAL QUE NÃO LIA A VULGATA: PIETRO BEMBO

Pietro Bembo
PETRUS, CARDINALIS BEMBUS, anno 1470 Venetiis ortus, in Urbe decessit anno 1547. Fuit vir historicus, poeta et Rerum Venetiarum venustam condidit historiam. De Americae inventione nobis reliquit descriptionem.

Fertur quoque Cardinalem Petrum "VULGATAM" non legere, ne suum latinum stylum inquinaret.


PEDRO, CARDEAL BEMBO, nascido em Veneza no ano de 1470, faleceu em Roma no ano de 1547. Foi homem historiador, poeta, e criou uma bela história de assuntos venezianos. Sobre a descoberta da América, deixou-nos uma descrição.

Conta-se também que o Cardeal Pedro não lia a "VULGATA" para não estragar o seu estilo latino.

Paulo Barbosa

O ADVÉRBIO INTERROGATIVO DE MODO "QUI"

QUI é um advérbio latino interrogativo que significa COMO, indagando, portanto, sobre o modo, a maneira como uma coisa é feita. Este advérbio é usado somente com os verbos possum e fio, como nos exemplos seguintes:

QUI POSSUM? = COMO POSSO?

QUI FIT UT NEMO VIVAT SUA SORTE CONTENTUS = COMO É QUE NINGUÉM VIVE CONTENTE COM A SUA SORTE?

Este interrogativo é o ablativo singular do pronome interrogativo ou indefinido quis (= quem? ou algum).

Paulo Barbosa

PASSIVA IMPESSOAL LATINA

CONSTRUÇÃO IMPESSOAL é aquela em que o verbo não possui sujeito ou pessoa, ficando sempre na terceira pessoa do singular. Em latim, somente os verbos intransitivos e os transitivos indiretos podem, na voz passiva, ser impessoais.

Assim, os intransitivos:

DORMITUR = DORME-SE - [Quem dorme? Não se sabe]

ITUR = VAI-SE - [Quem vai? Não se conhece o sujeito do verbo]

VIVITUR = VIVE-SE

VENTUM EST = VEIO-SE

PERVENTUM EST = CHEGOU-SE

E os transitivos indiretos:

MIHI NOCETUR = PREJUDICAM-ME

PARCITUR PUERIS ET SENIBUS = POUPA-SE AOS MENINOS E AOS VELHOS


Caso, porém, o verbo seja transitivo direto, não se poderá construir impessoalmente, mas obrigatoriamente a construção deverá ser pessoal:

FURES TIMENTUR = RECEIAM-SE OS LADRÕES, onde 'ladrões' é o sujeito.

Paulo Barbosa

COMPARATIVOS E SUPERLATIVOS DE CERTAS PREPOSIÇÕES LATINAS

Algumas preposições latinas possuem formas comparativas e superlativas:

ANTE = ANTES, faz o comparativo ANTERIOR, que em português significa ANTERIOR mesmo, e não tem superlativo.

CITRA = AQUÉM, tem o comparativo CITERIOR = MAIS AQUÉM, e o superlativo CITIMUS = O MAIS AQUÉM.

INTRA = DENTRO, tendo INTERIOR = MAIS PARA DENTRO, INTERIOR, como comparativo, e INTIMUS = BEM PARA DENTRO, como superlativo.

PRAE = DIANTE, faz o comparativo PRIOR = O PRIMEIRO DE DOIS, e o superlativo PRIMUS = O PRIMEIRO DE TODOS.

PROPE = PERTO, com PROPIOR = MAIS PERTO, comparativo, e PROXIMUS = O MAIS PRÓXIMO, como superlativo.

ULTRA = ALÉM, tem o comparativo ULTERIOR = MAIS ALÉM, e ULTIMUS = O MAIS AFASTADO, superlativo.

Passaram para o português tanto comparativos quanto superlativos destas preposições latinas, como: ANTERIOR, CITERIOR, INTERIOR, PRIOR, ULTERIOR, PRÓXIMO, ÚLTIMO, porém sem  a força comparativa e superlativa que possuíam no latim. 

Paulo Barbosa

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

EM LATIM, PARA CADA MORTE, UM SUBSTANTIVO

A cessação completa, absoluta e definitiva da vida de um organismo, ou seja, a morte, pode ser causada de vários modos e por muitas circunstâncias. O português, independente da maneira ou circunstância a que um organismo falece, geralmente usa um único substantivo - MORTE - para expressar tal fato, anexando a este o gênero, modo ou particularidade. Em latim, todavia, existem vários substantivos para morte, específicos, de acordo com o tipo de falecimento. Assim:

MORS, é a expressão geral que designa a ausência total de vida num dado organismo. Aliás, sua etimologia vem do verbo latino mordeo, comer, devorar, morder.

LETUM, expressa a mesma ideia de morte em sentido geral, mas na latinidade áurea, era uma palavra nobre, seleta, solene e poética. Provém  lere, verbo desusado que significa destruir. É este mesmo verbo encontrado em delere, deletar, apagar, destruir.

Deve-se esclarecer que tanto mors quanto letum referem-se a morte natural.

NEX, ao contrário dos dois acima, designa morte violenta, vinda mediante assassinato. Note-se que este tipo de morte só pode provir de um ser humano e não de desastres naturais. Está preso ao grego nekus.

Apesar de nex indicar morte violenta, é encontrado nos melhores autores latinos, entre eles Ovídio, Suetônio, Justino, exemplos em que o sentido é o de morte natural, aquela que sobrevém por doença e na sequência de um processo natural de envelhecimento, e não por acidente ou violência.

Outra coisa a ser notada é que estas três palavras - mors, letum e nex - são próprias, primitivas. Quase todas as outras que designam a morte são compostas com o verbo IRE, ir-se, e são manifestamente eufêmicas.

EXITUS, no qual se subentende VITAE, é a saída da vida, a morte, a separação. Exitus é o particípio passado do verbo exeo ou exire, sair, partir, passar.

EXITIUM designa toda classe de morte violenta que sobrevém por um acidente qualquer, diferenciando-se do nex, que necessariamente deve ser causado por um ser vivente, conforme visto.

INTERITUS é a morte provinda por destruição ou desaparição total do organismo, sendo sua aniquilação total. 

Paulo Barbosa

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

GENITIVO DECLARATIVO OU APOSITIVO

DULCE NOMEN EST PACIS = SUAVE É O NOME DA PAZ

VIRTUS JUSTITIAE = A VIRTUDE DA JUSTIÇA

ARBOR FICI = ARBOR QUAE DICITUR FICUS = ÁRVORE QUE SE CHAMA FIGO

Nos exemplos acima, os GENITIVOS são denominados DECLARATIVOS ou APOSITIVOS por determinarem o sentido geral de um outro substantivo. Geralmente os substantivos de acepção geral determinados são nomen, arbor, virtus, e alguns outros mais.

Paulo Barbosa

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

'CEDO / CETTE', IMPERATIVOS LATINOS ANTIGOS

CEDO é um antigo imperativo de segunda pessoa de um verbo defectivo que significa: ', diga, traga, mostra, deixa ver'. No plural é CETTE. Se constrói, também, comumente com as partículas -dum e -sis, CEDODUM e CEDOSIS

O gramático Diomedes diz: "CEDO non habet nisi secundam personam praesentis temporis, et est imperativus modus".

Quanto à etimologia, Ernout-Meillet diz ser 'do', um antigo imperativo do verbo 'dare', precedido da partícula -ce.

Paulo Barbosa

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

ABLATIVO, O CASO SINCRÉTICO

O ABLATIVO é um caso sincrético, ou seja, é o resultado da fusão de três casos que existiam separadamente no indo-europeu  [língua pré-histórica hipotética falada pelos árias em quase toda Europa e em grande parte da Ásia ]. Os três casos eram, respectivamente, o ablativo propriamente dito, o instrumental e o locativo. O caso instrumental foi totalmente absorvido pelo ablativo, não restando dele nenhum vestígio em latim; já o locativo, mesmo no período áureo do latim, conservou alguns vestígios de seu antigo estado indo-europeu, em nomes da primeira e segunda declinações, com desinências próprias.

Mesmo, porém, estes três casos apresentando sensíveis diferenças significativas, pois o ablativo propriamente dito indica o ponto de partida, o instrumental indica a pessoa ou coisa com quem ou com a qual se faz a ação que o verbo indica, e o locativo indica o lugar e, extensivamente, o tempo em que algo se dá ou ocorre, ainda assim não deixam de apresentar ou possuir certas afinidades de sentido, afinidades estas capaz de estabelecer pontos de contato. É devida a tais afinidades que nas duas frases seguintes, por exemplo, pode-se admitir mais de uma interpretação:

Equo vehor

1. "Sou transportado num cavalo", onde 'equo', 'no cavalo', é entendido como locativo, ou seja, como indicativo de relação de lugar onde alguém está ou ocupa.

2. "Sou transportado por um cavalo", onde 'equo', 'por um cavalo', é interpretado como instrumental, a saber, como instrumento ou meio de conseguir um fim.


Lacte vivunt

1. "Vivem de leite", onde 'lacte', 'de leite' é tido como ablativo propriamente dito, ou seja, vivem a partir de leite, tendo o leite como ponto de partida.

2. "Vivem com leite", onde 'lacte', 'com leite', é interpretado como instrumental, como meio pelo qual vivem.

Paulo Barbosa

terça-feira, 22 de novembro de 2011

ERNESTO FARIA: EXÍMIO HUMANISTA E LATINISTA BRASILEIRO

ERNESTO FARIA JÚNIOR, exímio humanista e latinista brasileiro, nasceu em 23 de maio de 1906, filho de Ernesto de Faria e Aurora Barbosa de Faria. Cursou o antigo primário em uma escola pública no Rio de Janeiro, que então era o Distrito Federal. Mudando para Nova Friburgo, lá estudou no famoso Colégio Anchieta, instituição de ensino particular da Companhia de Jesus. Prestou vestibular para Direito, abandonando mais tarde este curso para se dedicar ao magistério. Casou-se com Ruth Junqueira de Faria, também latinista, Professora Titular de Língua e Literatura Latinas na UFRJ, com quem teve a filha Maria Dulce Faria, bibliotecária e historiadora. Ruth faleceu em 1993.

Foi autor de produção acadêmica variada, sendo ele o pioneiro na renovação dos estudos de língua latina no Brasil. Defensor fervoroso da "Pronúncia Restaurada" do latim, publica em 1933, aos vinte e sete anos, sua primeira obra de fôlego, a tese de concurso para a Cadeira de Latim do Colégio Pedro II, com o título: A Pronúncia do Latim. Novas Diretrizes do Ensino do Latim. Muitas outras obras seguiram a esta primeira, dentre as quais destacam-se: Síntese de Gramática Latina (1940); O Latim e a Cultura Contemporânea (1941); o Latim Pelos Textos (1942); Gramática Elementar da Língua Latina (1943); o Vocabulário Latino-Português (1943); a Fonética Histórica do Latim (1955); o Dicionário Escolar Latino-Português (1955), que saiu pelo MEC; e a Gramática Superior da Língua Latina (1958). 

A sua Gramática Superior da Língua Latina é uma obra clássica, reconhecida tanto nas universidades brasileiras quanto europeias, recebendo mesmo elogios do ínclito Prof. Marouzeau na Revue des Etudes Latines (tomo XXXVII, 1959). A Gramática descreve diacronicamente os aspectos fonéticos, morfológicos e sintáticos da língua latina. 

Prof. Ernesto Faria atingiu o auge de sua carreira acadêmica em 1946, ao passar no concurso que prestou para a Faculdade Nacional de Filosofia, com a tese: Pérsio, estudo literário e lexicográfico. Nesta entidade ocupou a Cátedra de Língua e Literatura Latinas.

Em 1955, foi nomeado Professor Catedrático da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UDF, hoje UERJ, onde lecionou até 1959.

Participou de muitos congressos nacionais e internacionais, dentre os quais se destacam as conferências proferidas na Universidade de Coimbra e Sorbonne, em 1951, e a participação no congresso realizado em Lausanne, Suíça, em 1959, organizado pelo Groupe Romand de la Société des Etudes Latines, onde falou sobre os Estudos Clássicos no Brasil.

Diversos cargos de administração foram também exercidos por ele, podendo-se destacar o de Vice-Diretor da Faculdade Nacional de Filosofia da UB, atual UFRJ, empossado em abril de 1946, tendo sido reeleito várias vezes e nele permanecendo até sua morte, em 14 de março de 1962.

Paulo Barbosa

sábado, 19 de novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

UERJ EM FOCO IV: MÁRCIA REGINA


Esta é MÁRCIA REGINA DE FARIA DA SILVA, professora de Literatura e Fonética Latinas na UERJ. Graduada em Letras Português-Literaturas e Português-Latim, sendo a primeira pela UERJ e a segunda pela UFRJ. Foi laureada com o doutorado em 2008, pela UFRJ, defendendo a tese: "O Trágico nas Heroides de Ovídio".

Paulo Barbosa

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

ANADIPLOSE E EPANALEPSE: FIGURAS ESTILÍSITCAS

ANADIPLOSE é figura estilística que consiste na repetição de palavra ou expressão que termina um verso, no verso seguinte. Exemplo desta temos em Vergílio, Egl. 1,55:

'Certent et cygnis ululae, sit Tityrus Orpheus,

Orpheus in silvis, inter delphinas Arion'.


'Que as corujas lutem com os cisnes. Que Títiro seja Orfeu,

Orfeu esteja nas selvas, Arion entre os delfins'. 


EPANALEPSE é a figura estilístico-retórica que consiste na repetição da mesma palavra no princípio e no fim de um verso. Assim, Juvenal, 14,139:

"Crescit amor nummi quantum ipsa pecunia crescit"


"Cresce o amor pelo dinheiro o quanto a mesma riqueza cresce"

Paulo Barbosa

POESIA CENTONÁRIA

CENTÕES é o nome que se dá às composições em que se toma passagens de vários autores ou obras diversas para constituir um único texto, ou seja, até resultar uma única peça literária. O nome vem do latim, CENTO, ONIS, substantivo masculino que significa "espécie de manta ou coberta feita de diferentes retalhos costurados uns aos outros", assim como "poesia constituída por versos ou parte de versos de algum autor célebre".

Isidoro de Sevilha, nas Etimologias I, 25-26, diz que as passagens dos centões antigos eram tomadas dos poemas de Homero ou de Vergílio. 

Petrônia Proba (século IV d.C.), esposa de Clódio Celsino Adelfo, prefeito de Roma,  foi uma poetisa que compôs um centão de 694 hexâmetros, onde narrava a história do mundo e a vida de Cristo, segundo São Jerônimo. Seu centão tinha por título "DE FABRICA MUNDI", e os centões ou fragmentos foram extraídos de Vergílio e dos Evangelhos.

Outro poeta centonário na antiguidade foi Tito Pompônio Ático (IV século d.C.), latino, que tomando fragmentos de Vergílio confeccionou um centão laudatório de Cristo, de 132 hexêmetros e se chamava "TITIRO" ou "CENTO TITYRI, VERSUS AD GRATIAM DOMINI".

Paulo Barbosa

domingo, 13 de novembro de 2011

UERJ EM FOCO III: FRANCISCO FLORÊNCIO


Este é FRANCISCO DE ASSIS FLORÊNCIO, graduado em Letras, com mestrado e doutorado em Letras Clássicas. Leciona na UERJ Latim Medieval e Renascentista, assim como Técnicas de Tradução em Língua Latina. Em outros institutos leciona também Língua Portuguesa. É um verdadeiro mestre, com proficiência no que ensina e domínio no que passa. 

Direto de São Paulo,

Paulo Barbosa

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

UERJ EM FOCO II: AMÓS COELHO



Este é AMÓS COELHO DA SILVA, graduado em Letras Português e Literatura, com mestrado e doutorado em Língua Latina. Professor associado da UERJ, onde leciona latim e literatura, atuando sobretudo com os seguintes temas: Linguística, Filologia, Lirismo, Mitologia, Teatro Antigo, Sátiras. Junto com Airton, elaborou um Dicionário de Latim, esgotado já a primeira edição e, em breve, com uma nova edição, pela Vozes.

Paulo Barbosa

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

UERJ EM FOCO I: MÁRCIO MOITINHA

                                                           

Este é MÁRCIO LUIZ MOITINHA RIBEIRO, professor de Latim e Grego na UERJ, doutor especialista em Caiado. Autor de uma Gramática Latina básica, destinada a Seminários e Mosteiros. Foi professor no Seminário São José de Niterói, onde ensinou latim, grego e literatura latina. É sócio da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC), onde já apresentou vários trabalhos, e autor de vários artigos publicados em diversos periódicos.

Paulo Barbosa

PERISSOLOGIA

PERISSOLOGIA é um vício de linguagem que consiste em repetir uma mesma ideia por meio de palavras ou  expressões diferentes, constituindo, portanto, um pleonasmo vicioso, uma redundância grosseira, como nos seguintes exemplos:

Subir para cima

Faixa etária de idade

Descer para baixo

Adiar para depois

Na Bíblia, em Deuteronômio 33, 6, encontra-se o vício perissológico seguinte:

"Vivat Ruben et non moriatur" = "Viva Rubem e não morra".

Paulo Barbosa

quinta-feira, 3 de novembro de 2011