quarta-feira, 5 de novembro de 2014

FRATRES ARVALES

Havia na Roma Antiga um colégio de doze sacerdotes conhecido como Fratres Arvales, Irmãos Arvais, que tinha por incumbência zelar pela observância da Amabarvalia, festividade anual que consistia em uma purificação solene dos campos efetuada pelos próprios lavradores com intuito de agradar aos deuses da agricultura.

Deste colégio conservou-se o texto de um Hino Arval - Carmen Arvale, um dos fragmentos mais antigos da literatura latina, composto entre os séculos  V ou IV a.C., de difícil compreensão, onde há invocação dos Lares e de Marte. - Os Lares eram os numina, ou seja, os espíritos cultuados nas encruzilhadas (Lares Compitales) ou incumbidos de proteger as casas e seus moradores (Lares Familiares) e Marte era, na antiga religião romana, o espírito da vegetação, o deus da agricultura, a quem os lavradores dirigiam os ritos de purificação dos campos na Ambarvalia. - Após ter sido extinto, foi restabelecido tal culto por ordem do Imperador Augusto.

O ritual arval era realizado a 8 km de Roma, num bosque existente ao logo da Via Campania, onde invocavam também a Dea Dia, uma deusa da terra e, em ocasiões solenes, ofereciam sacrifícios em favor da casa imperial.

A tradução do carme é a seguinte:

Ajudai-nos, Lares! Marmar, não deixeis a praga ou a ruína atacar o povo! Fica inteiramente satisfeito, feroz Marte, Salta a Soleira! Bate o chão, ó bravo! Por graça, visita a todos os deuses da semeadura! Ajudai-nos, Marmor! Triunfo! Triunfo! Triunfo! Triunfo! Triunfo!

Paulo Barbosa

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