sábado, 25 de novembro de 2017

TÉCNICA LITERÁRIA: ESTILO

ESTILO é aquele modo especial que cada um tem de exprimir os seus pensamentos, de manifestar a sua alma. A definição clássica que dele temos é a do naturalista e escritor francês Buffon (1707-1788): "Estilo é a ordem e o movimento que pomos em nosso pensamento", apesar de aí duas falhas permearem, pois, com a ordem que a inteligência estabelece e com o movimento, efeito da vontade sensível, deve-se ajuntar o colorido, fruto da imaginação. Em segundo lugar, esta ordem, movimento e colorido são postos não somente em nossos pensamentos, mas ainda na expressão dos mesmos.

Origem da palavra. A palavra estilo tem sua origem de um instrumento, um ponteiro de ferro, usado pelos antigos para escrever sobre tábuas enceradas. 

Todo ser humano possui estilo. Xavier Marques (1861-1942), ensaísta brasileiro, romancista, político, poeta e jornalista, em sua obra "Arte de Escrever" ensina que "estilo é a expressão da personalidade" o que, portanto, nos faz crer serem todos os homens possuidores do seu como cada rosto humano possui a sua própria fisionomia. O mesmo ensaísta baiano linhas adiante escreve: "Tantos indivíduos, tantos caracteres, tantos escritos, tantos estilos". Não é, pois, o estilo um predicado excepcional, privilégio de poucos, mas foi partilhado a todos os mortais que pensam e fazem da palavra uma arte.

Fundo e forma. O estilo possui fundo e forma, sendo o primeiro a sua substância, a sua essência, a parte mais recôndita e íntima e o segundo a sua aparência, a sua configuração externa. Porém, tão unida é a aparência com a substância que não há meio de separá-los, não nos sendo permitido mesmo conceber qualquer pensamento que seja a não ser por meio de palavras ou de termos adequados e desta íntima conexão vem a feliz consequência prática do cultivo da forma, do aperfeiçoamento da sentença, pois aperfeiçoar a expressão é aperfeiçoar a própria ideia.

Paulo Barbosa

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

TEORIA LITERÁRIA: DA TOTALIZAÇÃO HUMANA OU SOBRE A REALIDADE


A existência humana é composta por três vidas diversas, a vida dos sentidos que a luz dos olhos nos coloca em posse; a vida racional que acessamos através da luz da razão e a vida da fé que nos é acessível através da graça divina. A esta totalização de vidas é o que se denomina realidade.

Devido a esta tríplice vida humana, os homens se dividem em relação à concepção da realidade em três grandes segmentos, a saber:

1. Há os que apreciam apenas a realidade dos sentidos: realismo sensualista.

2. Há os que ficam satisfeitos com a realidade dos sentidos e da razão: realismo experimental.

3. Há os que pedem a realidade dos sentidos, da razão e da fé: realismo integral.

O REALISMO SENSUALISTA é o segmento que mais adeptos possui em nossos dias com a imensa coorte dos sensualistas que o capitalismo ateu contemporâneo criou e espalhou por toda a face da terra. Tristão de Athayde ao falar deste realismo discorre assim sobre suas causas: "Perdido todo contato com Deus, abandonada toda preocupação sincera de reforma social, seccionados todos os laços com a tradição, dá-se entre esses sibaritas de uma civilização agonizante um movimento instintivo e voluntário ao mesmo tempo, no sentido de arrancarem à realidade, às coisas concretas e tangíveis, o máximo que elas possam dar."

O REALISMO EXPERIMENTALISTA é uma consequência da realeza do Homem sobre o universo seguido pelos homens que invocam a realidade como guia de ação, homens estes partidários do realismo sistemático e experimental, filiados ao materialismo científico, ao materialismo revolucionário e ao positivismo herdado do século XIX. Tristão de Athayde desta classe disse: "São todos fieis de Haeckel, de Marx ou de Comte, e que, hoje em dia, juram por Freud, por Lenin ou pelo sociologismo humanitário derivado do evolucionismo de Spencer e do agnosticismo de Kant, que invadiu todas as universidades leigas e anima os movimentos de humanitarismo burguês, como o rotarismo, o internacionalismo da ONU ou o nosso panamericanismo continental."

O REALISMO INTEGRAL é o que considera a realidade natural como sendo uma face apenas da realidade total, reconhecendo o sobrenatural como sua parte, reintegrando Deus como explicação total do Universo.

Paulo Barbosa

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

CURSO DE LATIM ONLINE 2018


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Paulo Barbosa

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

DISCURSO: FIGURAS DE PENSAMENTO PARA MOVER A SENSIBILIDADE


O DISCURSO, como já vimos, necessita de alguns artifícios para que as ideias nele apresentadas se tornem realçadas, suavizadas e os sentimentos concretizados. Após tratarmos das duas primeiras Figuras ou Artifícios, os que visam mover a inteligência e a vontade, veremos neste tópico as Figuras que visam mover a sensibilidade ou as Figuras para Recrear.

Esta classe de Figuras comporta apenas duas, a correção e a anamnese.

1. CORREÇÃO: é a figura em que se escolhe criteriosamente as palavras tornando assim o discurso bem articulado, apropriado a fornecer uma comunicação mais eficaz com o auditório. 

2. ANAMNESE: é a figura em que finge lembrar-se de uma coisa, de um fato, que ia se esquecendo.


A BASE DAS FIGURAS

A COMPARAÇÃO é a base de todas as verdadeiras figuras, sempre constando de dois termos onde o segundo esclarece o primeiro. O primeiro termo muitas vezes vem oculto ainda que presente ao espírito, enquanto o segundo sempre expresso. A aproximação de duas ideias sempre conduz a clareza maior.

Dois termos unidos podem vir expressos por simples aposição ou pelos seguintes conectivos de forma positiva: como, diferente de, igual a, superior a, inferior a, mais do que, menos do que, parecido com, etc., e os seguintes de forma negativa: não como, não diferente de, não igual a, não superior a, não inferior a, não mais do que, não menos do que, nada parecido com, etc.

Notemos que o próprio nome figura significa aparência, simulação de uma realidade - do verbo latino fingere = modelar, formar, copiar -, o que, portanto, deve fazê-la corresponder a uma realidade. Aparência e realidade são, pois, os dois termos da comparação que sempre existem em qualquer figura.

Paulo Barbosa