quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

ORAÇÃO DEPENDENTE DE 'VERBA IMPEDIENDI' COM INFINITIVO

A oração subordinada que depende dos verbos impedire, prohibere e recusare, além da conjunção introdutora 'quominus', pode ser iniciada com infinitivo:

Neque repertus est quisquam qui recusaret MORI = e ainda não se achou ninguém que recusasse MORRER.

Male agunt qui peregrinos urbibus prohibent UTI = fazem mal os que impedem aos estrangeiros MORAR nas cidades.

Paulo Barbosa

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

ORAÇÃO SUBSTANTIVA PRECEDIDA DE "QUOMINUS" COM VERBA IMPEDIENDI

A ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA introduzida com a conjunção completiva "QUOMINUS" é traduzida no modo subjuntivo com verbos que denotam impedimento ou obstáculo tais como impedire, prohibere, tenere, retinere, detinere - transitivos diretos -; obstare, obsistere, officere, temperare - transitivos indiretos com dativo -, e com verbos que denotam recusar, recusare.

A conjunção "quominus" significa "que não, que", servindo para introduzir uma subordinada completiva de sentido negativo como o "quin" (que não, que), porém constitui uma forma atenuada de negação. Sua composição é:

1) 'quo' = ablativo do pronome relativo 'qui' que significa 'pelo que, é por isso que'.

2) 'minus' = advérbio que significa 'não' constituindo por vezes uma forma atenuada de negação, sobretudo na linguagem falada. 


Hiemem credo adhuc prohibuisse QUOMINUS de te certum haberemus, quid ageres = creio ter sido o inverno que nos impediu até aqui de QUE tivéssemos acerca de ti alguma coisa sobre o que fazias.

Nec aetas impedit QUOMINUS agri colendi studia teneamus = nem a idade não impede QUE conservemos o gosto da agricultura.

Te infirmitas valetudinis tenuit QUOMINUS venires = a doença impediu QUE tu viesses.

Nec recusabo QUOMINUS omnes mea legant = e não impedirei QUE todos leiam os meus escritos.

Quid obstat QUOMINUS sit beatus? = que obsta a QUE seja feliz?


ORAÇÃO SUBORDINANTE POSITIVA


Quando a oração subordinante for positiva ou afirmativa, além da conjunção QUOMINUS, pode-se usar NE:

Histiaeus obstitit QUOMINUS res conficeretur = Histieu se opôs a QUE se realizasse o projeto.

Que pode ser também:

Histiaeus obstitit NE res conficeretur.

No original: Histiaeus, ne res conficeretur, obstitit.



Regulus recusavit QUOMINUS diceret sententiam = Régulo recusou manifestar a sua opinião.

Que pode ser também:

Regulus recusavit NE diceret sententiam.

No original: Regulus sententiam ne diceret recusavit.


ORAÇÃO SUBORDINANTE NEGATIVA

Se a oração subordinante for negativa, além de QUOMINUS pode-se usar QUIN:

Germani non recusant QUOMINUS armis contendant = os germanos não recusam lutar com armas.

Que pode ser também:

Germani non recusant QUIN armis contendant.


Non possumus recusare QUOMINUS alii a nobis dissentiant = não podemos obstar a QUE os outros discordem de nós.

Que pode ser também:

Non possumus recusare QUIN alii a nobis dissentiant.

No original: Non possumus, quin alii a nobis dissentiant.


SUJEITO OU OBJETO DA SUBORDINADA

A pessoa, coisa ou objeto à qual algo se impede, pode tornar-se sujeito na subordinada ou complemento do verbo 'impedir'.

Quid obstat quominus deus sit beatus? = que impede a um deus 
                                     Sujeito

ser feliz?


Formido impedit quominus tot viros causam velint dicere =
                                                                           Complemento
                                                                                 verbal

medo impede QUE tantos homens queiram advogar uma causa.


Paulo Barbosa

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

ORAÇÃO SUBSTANTIVA PRECEDIDA DE "UT" E "NE" COM "VERBA TIMENDI"

A oração subordinada substantiva onde ocorre verbo que significa 'temer' - verba timendi - tais como timeo, pertimesco, paveo, horreovereormetus est, periculum est, é traduzida com o modo subjuntivo precedida de UT e NE:

UT - quando se teme que a ação não se realize, ou seja, em português a subordinada é geralmente negativa. A conjunção integrante UT neste caso significa QUE NÃO, com sentido negativo e, além dela, pode ser usada NE NON equivalendo a ne nullus.

NE - quando se teme que a ação se realize, ou seja, em português a subordinada é geralmente afirmativa. A conjunção integrante NE neste caso significa QUE, possuindo sentido afirmativo.


Vereor UT Dolabella ipse satis nobis prodesse possit = temo QUE o próprio Dolabela NÃO possa ajudar-nos suficientemente.

Omnes labores te excipere video; timeo UT sustineas = vejo que tu te incumbes de todos os trabalhos; temo QUE NÃO suportes.


Haud sane periculum est NE NON mortem aut optandum aut certe non timendum putet = havia muitas possibilidades de QUE se ele NÃO considera a morte como desejada, pelo menos não a teme.

Labienus, veritus NE hostium impetum sustinere NON posset, litteras Caesari remittit = Labieno, receando NÃO poder aguentar o ataque dos inimigos, manda uma carta a César = Labieno, receando QUE NÃO pudesse aguentar o ataque dos inimigos, manda uma carta a César.


Sed metuo NE sero veniam = mas eu tenho medo de chegar tarde. 

Note a oração: mas eu tenho medo de QUE eu chegue tarde.

Caesar NE Divitiaci animum offenderet verebatur = César tinha medo de magoar o ânimo de Divicíaco.

Note a oração: César tinha medo de QUE (ele) magoasse o ânimo de Divicíaco.

Paulo Barbosa

domingo, 14 de janeiro de 2018

ATRAÇÃO MODAL NA ORAÇÃO SUBORDINADA

A ATRAÇÃO MODAL, alteração morfológica que o verbo sofre no modo, além de aplicada na oração adjetiva, também pode se dar em todas as orações subordinadas traduzidas com o indicativo, a saber, as substantivas, as causais, as concessivas, as comparativas, as temporais assim como após sive... sive... e quicumque.

Na atração modal o verbo da oração subordinada é alterado para o modo subjuntivo com mais frequência que no indicativo.

Cato mirari se dicebat quod non rideret haruspex haruspicem cum vidisset = Catão dizia estranhar que um adivinho não risse, todas as vezes que via outro.

Isto bono utare, dum adsit = serve-te bem deste, enquanto existe.

Ubicumque terrarum violatum ius civium sit, statuitis id pertinere ad communem causam libertatis = sabeis haver um atentado contra a liberdade, onde quer que tenha sido conculcado o direito dos cidadãos. 

Quantas calamitates, quocumque ventum sit, nostri exercitus adferant, quis ignorat? = quem é que não sabe quão grandes sofrimentos tenham que suportar os nossos exércitos, aonde quer que se tenha chegado?

Paulo Barbosa

sábado, 13 de janeiro de 2018

ORAÇÃO ADJETIVA CONSECUTIVA DEPENDENTE DE ADJETIVOS

A oração consecutiva é aquela que desempenha a função de expressar um efeito ou uma consequência proveniente da ideia expressa na oração subordinante ou principal. Uma oração consecutiva adverbial pode modificar:

a) um grupo substantival: comeu tantos pastéis, que ficou com indigestão.

b) um grupo adjetival: está tão quente, que até arde.

c) um grupo adverbial: correu tanto, que cansou.

d) um grupo preposicional: cantou de tal maneira, que foi elogiada.

e) um grupo verbal: fala, que se desfalece. (Note que aqui está implícito a expressão de intensidade tanto: fala tanto, que se desfalece).

Em latim, não somente há consecutivas adverbiais, mas é possível também que dos adjetivos dignus, indignus, aptus e idoneus possa depender oração adjetiva consecutiva traduzida com UT ou QUI, QUAE, QUOD com o verbo no modo subjuntivo e sem os conectores de intensidade tam, tantus.

Dignus QUI imperet = digno de mandar

Iine indigni erant QUI impetrarent? = eram eles porventura indignos de obter?

Nulla videbatur aptior persona QUAE de senectute loqueretur = nenhuma personagem parecia mais digna de falar sobre a velhice.

Tibi fortasse idoneus fuit nemo QUEM imitarere = talvez não tenha havido ninguém digno de imitares.

Paulo Barbosa

ORAÇÃO ADJETIVA NO SUBJUNTIVO

A ORAÇÃO ADJETIVA LATINA emprega o verbo no modo subjuntivo nas seguintes condições:

1ª. Quando encerram alguma ideia final, causal, consecutiva, concessiva, condicional, etc.

2ª. Quando mediante espécie de parêntese limita o conceito expresso pela oração subordinante sendo, neste caso, o pronome relativo geralmente acompanhado pelas partículas quidem (ao menos, pelo menos) ou modo (somente, apenas).

3ª. Após as seguintes expressões: est qui, sunt qui, non desunt qui, existunt qui, inveniuntur qui, reperiuntur qui, nihil est quod, quis est qui?, quid est quod?, est ubi (há um lugar no qual), est quatenus (há um ponto até o qual), habeo quod e similares.

4ª. Quando se quer manifestar que a ação é indeterminada ou somente possível.


1ª CONDIÇÃO

Caesar premittit milites QUI videant, quas in partes hostes iter faciant = César manda na frente soldados QUE vejam em que direção marchem os inimigos. (Oração adjetiva final onde o QUI equivale a UT e tem a acepção de PARA QUE).

Maluimus iter facere pedibus QUI incommodissime navigavissemus = preferimos viajar a pé, POIS tínhamos navegado muito mal. (Oração adjetiva causal onde o QUI está em lugar do QUOD causal).

Est innocentia affectio talis animi QUAE noceat nemini = a inocência é tal disposição da alma QUE não prejudica a ninguém. (Oração adjetiva consecutiva onde o QUI equivale ao UT consecutivo. A conjunção consecutiva que sempre está em correlação com tão, tal, tanto, tamanho)

Hi miserrimo exercitu Caesaris luxuriem obiciebant CUI semper omnia ad necessarium usum defuissent = acusavam de viver no luxo ao paupérrimo exército de César AO QUAL tinham faltado até as coisas necessárias. (Oração adjetiva concessiva onde o CUI está em lugar de QUAMVIS EI com o sentido de AINDA QUECui é o pronome relativo no dativo singular para os três gêneros).

Haec et innumerabilia ex eodem genere QUI videat, nonne cogatur confiteri deos esse = QUEM visse estas e outras coisas maravilhosas do mesmo gênero, não seria obrigado a admitir que os deuses existem? (Oração adjetiva condicional onde o QUI equivale a SI QUIS = SE ALGUÉM).

2ª CONDIÇÃO

Ex oratoribus Atticis, QUORUM QUIDEM scripta constet, Pericles atque Alcibiades antiquissimi sunt = dos oradores áticos, DAQUELES AO MENOS dos quais restam obras escritas, Péricles e Alcibíades foram os mais antigos.

Oração adjetiva 'limitativa' onde o pronome relativo está acompanhado da partícula QUIDEM que aqui possui valor restritivo com o sentido de ao menos, pelo menos, por exemplo. Quorum é o pronome relativo no genitivo plural. 

Deve-se notar que tal tipo de oração adjetiva 'restritiva' pode ser encontrada também com o verbo no modo indicativo:

Ceteri Graeci Latinique scriptores, QUORUM QUIDEM ego legi annales, nihil memorabile a Villio actum tradunt = os outros escritores gregos e latinos, AQUELES PELO MENOS cujos anais pude ler, dizem que Vílio não fez nada de memorável.


3ª CONDIÇÃO

Quid est QUOD te delectare possit? = que há QUE te possa agradar?

Reperti sunt duo equites Romani QUI te ista cura liberarent = acharam-se dois cavaleiros romanos QUE te deviam livrar dessa preocupação.

Est QUATENUS amicitiae venia dari possit = há um ponto ATÉ O QUAL é lícito ceder à amizade.

4ª CONDIÇÃO

Cui tu adulescentulo, QUEM corruptelarum illecebris irretisses, non ad audaciam ferrum praetulisti? = a que jovem, QUE tu tivesses seduzido com atrativos de corrupção, não levaste na frente a espada para a ousadia?

Note que na adjetiva há indeterminação ou possibilidade aportadas pelo verbo irretisses = tivesses enredado ou podido enredar.

Paulo Barbosa

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

ORAÇÃO RELATIVA PRECEDIDA DE 'QUIN'

O ''quin" pode funcionar como pronome relativo quando substitui "qui non, quae non" e "quod non" após expressões tais como nemo est, nullus est, nihil est assim como após as interrogações iniciadas com quis est? e quid est?

Nemo est tam fortis QUIN rei novitate perturbetur = não há ninguém tão forte QUE NÃO não se perturbe com a novidade do acontecimento.

Em lugar deNemo est tam fortis QUI NON rei novitate perturbetur.

Nihil est QUIN male narrando possit depravarier = não há nenhuma coisa QUE, mal contada, NÃO possa ser mal entendida.

Em lugar de: Nihil est QUOD NON male narrando possit depravarier.

Nulla fuit Thessaliae civitas QUIN Caesari pareret = não houve cidade na Tessália QUE NÃO obedecesse a César.

Em lugar de: Nulla fuit Thessaliae civitas QUAE NON Caesari pareret.

Nihil est QUIN intereat = nada há QUE NÃO pereça.

Em lugar de: Nihil est QUOD NON intereat.

Nego nullam picturam fuisse QUIN inspexerit = digo QUE NÃO houve quadro que ele não tenha examinado.

Em lugar de: Nego nullam picturam fuisse QUAM NON inspexerit.

Paulo Barbosa

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

ORAÇÃO ADJETIVA NO INDICATIVO

A ORAÇÃO ADJETIVA é traduzida com o verbo no modo indicativo nas seguintes situações:

1) quando não encerra nenhuma ideia de fim, de causa, de condição, de consequência, de concessão, etc.
2) quando explica ou substitui um nome.

3) para traduzir certos tipos oracionais.


Caesar Helvetios in fines suos, UNDE erant profecti, reverti iussit = César mandou os helvécios voltarem para as suas terras, DAS QUAIS tinham saído.`

Note que a oração adjetiva não encerra nenhuma ideia vista acima.

QUAE homines arant = os campos (as coisas que os homens aram).

QUAE terra gignit = os produtos da terra (que a terra gera).

Note nestas orações a substituição dos nomes 'campos' e 'produtos da terra' pelos pronomes relativos.


"Prudentes como sois" é traduzido assim: QUAE vestra prudentia est.

Paulo Barbosa

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

NOMINATIVO NOS TÍTULOS, ENUMERAÇÕES E DESCRIÇÕES

O NOMINATIVO sempre é apresentado como o caso do sujeito, do aposto do sujeito e do predicativo que se refere ao sujeito, porém, antes mesmo de exercer tais funções em uma oração, o nominativo designa de modo geral a pessoa ou a coisa de que a oração trata, não se restringindo, todavia, o seu emprego apenas a indicar o sujeito oracional ou as demais funções vistas acima.

O nominativo, então, primariamente é empregado para nomear o substantivo simplesmente citado como uma palavra, haja vista ser sob a forma do nominativo que o nome fora da oração se apresenta ao espírito, como por exemplo, nos títulos de obras, nas enumerações, etc. Além disso, o nominativo é usado também nas descrições animadas que indicam as características de uma situação ou os traços de um caráter.

NOMINATIVO NOS TÍTULOS E ENUMERAÇÕES

Orator (Cícero) = "O Orador".

Brutus (Cícero) = "Bruto".

Bellum Iugurthinum (Salústio) = "A Guerra de Jugurta".

Commentarii de Bello Gallico (César) = "Comentários da Guerra da Gália".

Clamor senatus, querellae, preces, socer ad pedes abiectus (Cícero, Sest., 74) = "O clamor do senado, as lamentações, as súplicas, o sogro lançado a seus pés".


NOMINATIVO NAS DESCRIÇÕES

Magna celeriter commutatio rerum (César, B.C. 1,60,4) = "Grande mudança da situação".

Crudelis ubique luctus, ubique pavor et plurima mortis imago (Vergílio, En. 2,368-9) = "Por toda parte a dor cruel, por toda parte o pavor e a imagem múltipla da morte".

Paulo Barbosa

ORAÇÃO SUBSTANTIVA PRECEDIDA DE "QUIN"

ORAÇÃO SUBSTANTIVA PRECEDIDA DE "QUIN" é aquela que se subordina a uma principal negativa ou interrogativa empregando o modo subjuntivo tais como: non dubito (não duvido, estou certo); dubitum non est (não há dúvida); nulla causa est (não há motivo); suspicio non abest (suspeita-se); paulum abest (falta pouco); non multum abest (falta pouco); nihil abest (não falta nada); quid causae est? (que motivo há?); fieri non potest (não pode ser que); praeterire non possum (não posso deixar de mencionar que); temperare sibi (conter-se de); retineri non possum (não posso conter-me de); vix abstineo (com dificuldade me abstenho de); quis ignorat? (quem é que não sabe?), etc.

[NOTA: "Quin" é uma partícula subordinativa introdutora de oração substantiva ou completiva negativa ou interrogativa, ou seja, empregada após orações negativas ou interrogativas. Sua composição é qui + -ne = por que não?]

Non possum QUIN exclamem. = não posso deixar de exclamar.

Dies nullus est QUIN veniat. = não passa um dia sem ele vir.

Quis ignorat QUIN sint tria? = quem ignora QUE há três?

Non dubito QUIN salutem anteponas victoriae = estou certo de QUE preferes a salvação à vitória.

Non est dubium QUIN totius Galliae plurimum Helvetii possint = não há dúvida de QUE os helvécios são os mais poderosos de toda a Gália.

Neque abest suspicio QUIN ipse sibi mortem consciverit = e suspeita-se QUE ele tenha se suicidado.

Nihil abest QUIN sim miserrimus = nada falta para eu ser infelicíssimo.

Germani retineri non poterant QUIN in nostros tela conjicerent = os germanos não podiam conter-se de atirar dardos contra os nossos.

Paulo Barbosa

ORAÇÃO SUBSTANTIVA CONSECUTIVA

ORAÇÃO SUBSTANTIVA CONSECUTIVA é a que indica o resultado de alguma ação e depende de uma oração subordinante denominada principal. Os conectivos usados neste tipo oracional são UT e UT NON com verbos que denotam a realização de um esforço tais como: facio, efficio, perficio, commito, etc. O modo verbal é o subjuntivo.

Alterum facio UT caveam; alterum, possum non facere UT non credam = quanto a um (preceito) faço com QUE o observe; mas quanto ao outro, não posso fazer com QUE não acredite. (Original: Alterum facio, ut caveam; alterum, ut non credam, facere non possum).


ORAÇÃO SUBSTANTIVA CONSECUTIVA SUBJETIVA

A subordinada substantiva consecutiva pode figurar como sujeito:

a) de verbos passivos que denotam a realização de um desejo.

b) de certos verbos impessoais que denotam acepção de 'acontece, permanece': fit, evenit, accidit, contingit, etc.

c) de 'est' no sentido de 'é fato, é verdade que'.

d) de expressões como: mos est, moris est (é costume); rarum est (é raro), inusitatum est (não se costuma); in eo est (está no ponto de); prope est (está perto, falta pouco).

Ex quo efficitur, NON UT VOLUPTAS NE SIT VOLUPTAS, SED UT VOLUPTAS NON SIT SUMMUM BONUM = daí se depreende, NÃO QUE O PRAZER NÃO SEJA UM PRAZER, MAS QUE NÃO É O BEM SUPREMO.

Note a subordinada consecutiva:

NON UT VOLUPTAS NE SIT VOLUPTAS, SED UT VOLUPTAS NON SIT SUMMUM  BONUM 
                                                               (sujeito oracional)
efficitur ex quo.
 (predicado)


Accidit UT ESSET LUNA PLENA = acontece QUE ERA LUA CHEIA

UT ESSET LUNA PLENA      accidit.
      (sujeito oracional)      (predicado)

Est UT PLERIQUE PHILOSOPHI NULLA TRADANT PRAECEPTA DICENDI = é um fato QUE MUITOS FILÓSOFOS NÃO ENSINAM PRECEITOS DE ORATÓRIA.

UT PLERIQUE PHILOSOPHI NULLA TRADANT PRAECEPTA DICENDI        est.
                                                  (sujeito oracional)                                    (predicado)


Paulo Barbosa

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

ACUSATIVO PREDICATIVO

ACUSATIVO PREDICATIVO é o acusativo que tem por função acrescentar uma ideia acessória ao objeto direto - o acusativo do objeto - de vários verbos denominados copulativos. É o que se chama predicativo do objeto, constituído de substantivo ou adjetivo acrescentado ao complemento de um verbo.  

Os verbos latinos que podem ter esse tipo de acusativo são:

a) verbos que significam 'fazer alguma coisa': facio, efficio, reddo; perficio, conficio, sisto, gigno, suppono, fingo.

b) verbos que significam 'nomear, escolher, criar': creo, lego, declaro, dico, capio; sufficio, lego, impono, colloco, constituo; iubeo.

c) verbos que significam 'chamar, nomear, mostrar': appelo, nomino, voco, nuncupo, saluto; cito, trado, ostendo; praedico.

d) verbos que significam 'reconhecer, encontrar, julgar': arbitror, duco, censeo, existimo, indico, puto; opinor, sentio, credo, cognosco, intellego; invenio

e) verbos que significam 'dar, atribuir': do, tribuo, attribuo, addo; sumo, peto, postulo, volo; paro, capio, accipio; mitto, ommito.

f) alguns verbos reflexivos que significam 'mostrar-se como, apresentar-se como': me praebeo, profiteor, praesto; me ostendo.


Facere filium HEREDEM = instituir o filho HERDEIRO (ou COMO HERDEIRO). (Original: Filium facere heredem).

Maiores nostri appelarunt senatum SUMMUM CONSILIUM = os nossos antepassados chamaram o sendo DE CONSELHO SUPREMO. (Original: Summum consilium miores nostri appelarunt senatum).

Iudicant malitiam SAPIENTIAM = julgam a malícia COMO SABEDORIA. (Original: Malitiam sapientiam iudicant).

Cepere me ARBITRUM = tomaram-se COMO ÁRBITRO. (Original: Me cepere arbitrum).

Ego profiteor me huic DUCEM bello = eu me confesso a este COMO CHEFE da guerra. (Original: Huic ego me bello ducem profiteor).

Paulo Barbosa

ORAÇÃO SUBSTANTIVA FINAL


Oração substantiva final é aquela que denota ordem, exortação, comando, desejo, medo e aparece com os seguintes verbos geralmente no modo subjuntivo:

a) que denotam 'cuidar, fazer com que': curo, caveo, efficio, operam do, prospicio, video, facioenitor, laboro, contendo, etc.;

b) que denotam 'pedir, exortar, persuadir': oro, exoro, precor, rogo, flagito, postulo, impetro, hortor, obtineo, incito, moveo, impello, persuadeo, etc.;

c) que denotam 'decidir': statuo, constituo, edico, placet, etc.

Te rogo atque oro UT eum iuves = peço-te e suplico QUE o ajudes.

Monet UT suspiciones vitet = recomenda QUE evite as suspeitas.

Curavi NE quis metueret Catilinam = fiz com QUE ninguém tivesse medo de Catilina.

Statuunt UT decem milia hominum mittantur = decidem QUE sejam enviados dez mil homens.

Caveamus UT ea, quae pertinent ad dignitatem, moderata sint = cuidemos QUE aquelas coisas que pertencem à dignidade sejam moderadas.

Orgetorix civitati persuasit, UT de finibus suis exirent = Orgetórige persuadiu a população a QUE saísse de sua terra.

Paulo Barbosa

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

"UM", COMO USAR EM LATIM

"UM" é palavra que pode funcionar:

1) como indefinido nas indicações de tempo e nas medidas;

2) como expressão indefinida com o sentido de 'um certo, um tal';

3) como numeral cardinal expressando quantidade equivalente à unidade.

Em latim, a primeira acepção de "um" não é traduzida. Assim:

UM ano antes de morrer = anno ante quam est mortuus.

UM dedo mais grosso = digito crassior. Note que ao pé da letra se traduz: mais grosso de um dedo.


A segunda acepção de "um", "um tal, um certo", é traduzida em latim por QUIDAM:

Accurrit QUIDAM = acorre UM INDIVÍDUO.

QUIDAM mali = UM CERTO mal.

Video enim esse hic in senatu QUOSDAM qui tecum una fuerunt = vejo que aqui no senado há ALGUNS que estiveram comigo.



A terceira acepção de "um" é traduzida em latim por ALTER ou UNUS:

ALTER é usado para se referir a 'um de dois', para designar o 'outro de dois':

Necesse est sit ALTERUM de duobus = é preciso que se admita UMA das duas condições.


UNUS é usado para expressar quantidade equivalente à unidade:

Erant omnino itinera duo, UNUM per Sequanos, alterum per provinciam nostram = havia ao todo dois caminhos, UM através dos séquanos, outro pela nossa província.

Paulo Barbosa

domingo, 7 de janeiro de 2018

"O QUE É" INDAGA A SUBSTÂNCIA E A QUALIDADE


'O QUE É'? é um constituinte de interrogação que contem dupla acepção podendo significar:

1.  'QUAL A SUBSTÂNCIA'? 'QUAL A COMPOSIÇÃO DA COISA'?  

2. 'DE QUE QUALIDADE É'? 'QUAL A ESPÉCIE DISSO'?

Na primeira acepção, quando se interroga acerca da substância da coisa, em latim se usa pronome interrogativo substantivo que possui dupla forma:

1) QUIS - quando se refere a pessoas e se traduz: quem? qual? que pessoa

QUIS es? = quem és?

QUIS venit? = quem veio? que pessoa veio?


2) QUID - quando se refere a coisas e se traduz: que? que coisa?

QUID est veritas? = que é a verdade? que coisa é a verdade?

QUID est istud? = que é isso?


Na segunda acepção, quando se interroga acerca da qualidade ou da espécie da coisa, em latim geralmente se usa pronomes interrogativos adjetivos, sempre ligados a um nome, e por isso mesmo, tais pronomes precisam ter os três gêneros para fazer a concordância. Ei-los:

1) QUI - para o masculino.

QUI liber est? = que espécie de livro é?


2) QUAE - para o feminino.

QUAE fabula scripta est? = que espécie de fábula foi escrita?


3) QUOD - para o neutro.

QUOD bellum factum est? = que espécie de guerra foi feita?

Paulo Barbosa


sábado, 6 de janeiro de 2018

SOBRE O PARTICÍPIO LATINO

O PARTICÍPIO LATINO serve para expressar de maneira sucinta certas relações que não poderiam ser empregadas senão com o auxílio de proposições compostas.

O particípio presente não indica o tempo por si mesmo, mas designa a ação progressiva que se desenvolve no mesmo tempo que a do verbo da proposição em que se encontra:

Ranae regem PETENTES = as rãs QUE PEDIAM um rei

Sevilius Ahala Sp. Maelium, novis rebus STUDENTEM, manu sua occidit = Servílio Ahala matou com sua própria mão Espúrio Mélio, QUE DESEJAVA uma revolução.


Algumas vezes o particípio presente é considerado como predicado expressando tempo, causa, meio, concessão, etc.:

Plato SCRIBENS mortuus est = Platão morreu QUANDO ESCREVIA.


Como não existe em latim particípio presente na voz passiva, esta lacuna pode ser preenchida por uma cláusula com dum ou cum:

Meque ista delectant CUM LATINE DICUNTUR = Estas coisas agradam-me QUANDO SÃO DITAS EM LATIM.


O particípio passado expressa uma ação já realizada:

A Lepido non RECEPTUS, ad me venire ausus es = Não RECEBIDO por Lépido, ousaste recorrer a mim.


O particípio passado, assim como o presente, pode ser empregado como um predicado circunstancial exprimindo tempo, meio, causa, condição, etc.:

DAMNATUM poenam sequi oportebat = SE CONDENADO convinha cumprir a pena.


Com verbos depoentes o particípio passado designará o efeito presente de um fato passado:

Iisdem ducibus USUS = TENDO USADO dos mesmos guias.

Usus, particípio de utor, verbo depoente = usar, fazer uso de.


O particípio futuro, diferentemente dos particípios presente e passado que são usados respectivamente na voz ativa e passiva, encontra-se em ambas as vozes. Na voz passiva tem muita semelhança com o gerúndio e, por isso mesmo, é denominado gerundivo.

A função do particípio futuro é indicar uma ação que ainda não se realizou, mas que deve ser realizada.

Neque PETITURUS umquam consulatum videretur = nem pareceria que PRETENDESSE o consulado.


O particípio futuro passivo, denominado gerundivo ou particípio de obrigação, concorda em gênero, número e caso com o nome a que se refere:

Pietati summa TRIBUENDA laus = DEVE-SE ATRIBUIR à piedade a maior glória.

Paulo Barbosa




sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

INFINITIVO OBJETIVO

INFINITIVO OBJETIVO a forma nominal empregada como simples complemento verbal ou objeto direto de verbos que exprimem vontade, dever, poder, desejo, resolução, continuação, fim, princípio, etc. 

Non possum non AMARE = não posso deixar de AMAR.

Volo EXIRE ex urbe = desejo SAIR da cidade.

Scires AUDISSE, rubebat = sabias que ela TINHA OUVIDO, pois corava.

Audemus DICERE = ousemos DIZER.

Parat PROFICISCI = ele dispõe-se a PARTIR.

Solet eum POENITERE = Ele costuma ARREPENDER-se.

SCIRE studeo = desejo muito SABER.

Quae SANARE nequeunt = remédios que não podem CURAR.

Paulo Barbosa

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

SOBRE O ABLATIVO ABSOLUTO

O ABLATIVO ABSOLUTO é definido como a oração participial em que se encontra um particípio (e também se pode encontrar um substantivo, um adjetivo e até um pronome) e seu sujeito, ambos no caso ablativo. O nome de 'absoluto' é devido a essa oração participial não fazer parte dos elementos essenciais da oração principal, enunciando, apenas, uma circunstância adverbial indicando uma ideia concomitante. Até didaticamente o ablativo absoluto é apresentado, muitas vezes, separado da oração principal mediante vírgulas.

REX, CAPTA URBE, MILITES LAUDAVIT.

O REI, TOMADA A CIDADE, LOUVOU OS SOLDADOS.

Nesta oração deve ser notado que há duas ideias:

a primeira:  o rei louvou os soldados,

a segunda: a cidade foi tomada.

A primeira ideia está expressa com todos os elementos constitutivos da oração: sujeito, verbo, complemento direto.

A segunda ideia está expressa em latim por dois ablativos: urbe capta.

Mesmo que essa segunda ideia fosse retirada, permaneceria inteira e compreensível a primeira ideia: o rei louvou os soldados. O que a segunda ideia acrescentou foi apenas uma circunstância, o que a faz, portanto, independente da primeira ideia. Por isso estes dois ablativos são absolutos, ou seja, independentes.

A oração, portanto, pode ser resolvida assim:

O REI, DEPOIS DE TOMADA A CIDADE, LOUVOU OS SOLDADOS,

sendo: DEPOIS DE TOMADA A CIDADE uma oração temporal e, por isso mesmo, estes ablativos são denominados de absolutos oracionais.


O QUE SE COLOCA EM ABLATIVO ABSOLUTO

Em ablativo absoluto pode ser colocado: um particípio presente ou passado, um substantivo, um adjetivo ou até mesmo algum pronome.Vejamos:

PARTICÍPIO NO ABLATIVO ABSOLUTO

O verbo 'necare', matar, tem como particípio passado 'necatus':

AGRICOLA, NECATO LUPO, SERVOS SUOS VOCAVIT.

O AGRICULTOR, MORTO O LOBO, CHAMOU SEUS SERVOS.

Se fosse mais de um lobo:

AGRICOLA, NECATIS LUPIS, SERVOS SUOS VOCAVIT.

Se junto a 'necatus' viesse o autor ou a pessoa que matou o lobo, seria colocado como agente da passiva também em ablativo:

AGRICOLA, NECATO A VENATORE LUPO, SERVOS SUOS VOCAVIT.

O AGRICULTOR, MORTO O LOBO PELO CAÇADOR, CHAMOU SEUS CRIADOS.

Se ao 'necatus', além da pessoa que matou vier apenso um complemento de tempo, de lugar, etc., será colocado no mesmo inciso formado pelo ablativo absoluto:

AGRICOLA, NECATO A VENATORE LUPO PROPE FLUMEN, SERVOS SUOS VOCAVIT.

O AGRICULTOR, MORTO PERTO DO RIO O LOBO PELO CAÇADOR, CHAMOU SEUS ESCRAVOS.

Outros exemplos:

REX, CORONATA A PUELLIS STATUA, REGINAM VOCAT.

O REI, COROADA A ESTÁTUA PELAS MOÇAS, CHAMA A RAINHA.


DUX, CAPTA A MILITIBUS URBE, REGEM VOCAT.

O GENERAL, TOMADA A CIDADE PELOS SOLDADOS, CHAMA O REI.


ORAÇÃO RELATIVA NO INCISO ABSOLUTO

Algumas vezes no inciso que contém o ablativo absoluto pode figurar até uma inteira oração relativa:

REGINA, NECATIS A PUERIS COLUMBIS, QUAS PUELLIS DEDERAT, REGEM VOCAT.

A RAINHA, MORTAS PELOS RAPAZES AS POMBAS, QUE DERA ÀS MOÇAS, CHAMA O REI.


AGRICOLA, VOCATIS SERVIS QUIBUS LUPUM NECATUM DEDERAT, MILITEM VOCAVIT.

O LAVRADOR, CHAMADOS OS CRIADOS AOS QUAIS DERA O LOBO MORTO, CHAMOU O SOLDADO.

PARTICÍPIOS PASSADO E PRESENTE

Deve-se notar que quando o particípio do ablativo absoluto é passado, como 'necatus', a sua oração ordinariamente se resolve numa oração temporal: 'morto o lobo' = 'depois de morto o lobo'...

Porém, quando o particípio do ablativo absoluto é presente, 'necans', a sua oração resolve-se numa temporal introduzida pelas conjunções 'quando', 'enquanto'.

AGRICOLA, NECATO LUPO, VOCAVIT SERVOS.

O AGRICULTOR, DEPOIS DE MORTO O LOBO, CHAMOU OS CRIADOS.


AGRICOLA, ADVENIENTE LUPO, VOCAVIT SERVOS.

O AGRICULTOR, QUANDO VEIO (AO VIR) O LOBO, CHAMOU OS CRIADOS.


SUBSTANTIVO NO ABLATIVO ABSOLUTO

Vários são os substantivos que, provindos de verbos, representam pessoas praticando a ação expressa por esses verbos. Assim, por exemplo, 'adjutor', auxiliador, vem do verbo 'adjuvare', ajudar. É este tipo de substantivo - denominado deverbal - que figura nos ablativos absolutos. Exemplos:

VOS, ME DUCE, LINGUAM LATINAM DISCITIS.

VÓS, SOB A MINHA DIREÇÃO, APRENDEIS A LÍNGUA LATINA.

'Duce', ablativo de 'dux', substantivo deverbal de 'duco' = conduzir, guiar, comandar.


NOS OMNES, DEO ADJUTORE, PATRIAM CAELESTEM VIDEBIMUS.

NÓS TODOS, COM A AJUDA DE DEUS, VEREMOS A PÁTRIA CELESTE.

'Adjutore', ablativo de 'adjutor', deverbal de 'adjuvare' = auxiliar, ajudar.


ADJETIVO NO ABLATIVO ABSOLUTO

TU NIHIL INVITA DICES FACIESNE MINERVA.

TU NADA FAÇAS OU DIGAS ESTANDO MINERVA CONTRA.

'Invita', de 'invitus, invita, invitum', adjetivo 'que procede contra a sua própria vontade, obrigado, forçado, constrangido'.

PRONOME NO ABLATIVO ABSOLUTO

ME DUCE = SOB A MINHA DIREÇÃO, SENDO EU O DIRETOR

'Me', ablativo singular do pronome pessoal 'ego'. Sua tradução literal é 'por mim'.


TE INVITO = CONTRA A TUA VONTADE.

"Te", ablativo singular do pronome pessoal 'tu'. Sua tradução literal é 'por ti'.


POLLIO, ET INCIPIENT MAGNI PROCEDERE MENSES, TE DUCE.

PÓLIO, COMEÇARÃO A CORRER OS GRANDES MESES, SENDO TU O COMANDANTE.

Paulo Barbosa

A CONCISÃO LATINA

Conta-se que certa vez dois amigos andavam em busca de concisão. Um, então, escreveu ao outro em latim:

   - Eo rus! (vou para o campo).

O outro, ganhando na concisão, respondeu-lhe:

    - I! (vai!) - imperativo do verbo ire = ir.

Paulo Barbosa

VALOR DA PREPOSIÇÃO 'AB' DIANTE DE ALGUNS SUBSTANTIVOS

A preposição 'ab' quando vem acompanhada por alguns substantivos tais como bibliotheca, epistula, libellus, pes, confessio e mais uns outros, indica a pessoa que exerce a função com os objetos que esses nomes significam:

Ab epistulis = secretário   -   ab epistulis Pauli = secretário de Paulo.

A pedibus = corredor   -   servus a pedibus meus = meu escravo corredor (entregador de cartas).

A confessionibus = confessor   -   Petrus Carolus quinto imperatori a confessionibus esse recusavit = Pedro não aceitou ser confessor do imperador Carlos V.

Paulo Barbosa

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

GRAUS DA ORAÇÃO SUBORDINADA

GRAUS DA ORAÇÃO SUBORDINADA são os níveis de dependência da oração subordinada em relação à principal ou à outra subordinada. Assim há:

Oração subordinada de 1º grau - é a oração que depende diretamente da principal.

Oração subordinada de 2º grau - é a oração que depende da subordinada de 1º grau. 

E assim sucessivamente...

Peço que venhas para ver como cresceram os lírios que plantei no jardim.

Peço (oração principal)

que venhas (subordinada de 1º grau: substantiva)

para ver (subordinada de 2º grau: adverbial final)

como cresceram os lírios (subordinada de 3º grau: adverbial comparativa)

que plantei no jardim (subordinada de 4º grau: adjetiva).

Paulo Barbosa


MEDIDAS DE COMPRIMENTO EM ROMA

MEDIDA LINEAR ou DE COMPRIMENTO é a grandeza de uma superfície determinada através de algum instrumento de medição ou cálculo.

A unidade de medida é a quantidade específica de determinada grandeza física usada para servir de padrão às outras medidas. Entre os romanos, a unidade das medidas lineares era o PES (pé), correspondente a 0,29 m.

O submúltiplo é o número que divide outro com exatidão, sem deixar resto. Os submúltiplos do PES eram:

o DIGITUS (dedo): 1/16 (fração de pé)  -   0,018 (metros).

a UNCIA (onça): 1/12  -  0,024.

o PALMUS (palmo): 1/4  -  0,072.

Definições: 

Digitus é a medida de comprimento correspondente à 16ª parte do pé romano.

Uncia é a medida de comprimento correspondente à duodécima parte do pé romano.

Palmus é a medida de comprimento correspondente a três quartos do pé romano.


O múltiplo é o número que contém outro duas ou mais vezes exatamente. Os múltiplos do PES eram:

o CUBITUS (côvado): 11/2 (fator do pé)  -  0,44 (metros).

o PASSUS (passo): 5  -  1,49.

o DECEMPEDA (vara de dez pés): 10  -  2,94.

o STADIUM (estádio): 625  -  184,37.

o MILIARIUM (miliário): 5000  -  1475,00.


Definições: 

Cubitus é a medida linear baseada no comprimento do antebraço até à ponta do dedo médio.

Passus é a medida linear correspondente a cinco pés romanos.

Decempeda é a medida linear correspondente a dez pés romanos.

Stadium é a medida linear de itinerário correspondente a 185 metros.

Miliarium é a medida linear correspondente a 1.480 metros.

Paulo Barbosa

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

ATRAÇÃO MODAL NA ORAÇÃO ADJETIVA

ATRAÇÃO MODAL é a alteração morfológica que sofre o verbo da oração adjetiva quando o verbo da oração subordinante está no subjuntivo ou num modo indefinido - infinitivo, particípio, gerúndio, supino. Neste caso, então, o verbo da adjetiva vai geralmente para o subjuntivo.

"Tanta huius belli ad barbaros opinio perlata est, uti ab iis nationibus, quae trans Rhenum incolerent, mitterentur legati ad Caesarem". - "Entre os bárbaros divulgou-se tanta fama desta guerra, que até por aquelas gentes, as quais moravam além do Reno, eram mandados a César embaixadores". (De B.G. 2,25,1). - Note que 'incolerent' depende de 'mitterentur'.

"Fabius dicere ausus est, quae contra rem publicam gererentur, contra auspicia ferri". - "Fábio ousou dizer que se empreendia contra os auspícios tudo o que se empreendia contra a pátria".  (Cícero, De Senectute 4,11). - Note que 'gererentur' depende de 'ferri'.

Paulo Barbosa